Companhia do Latão celebra os 80 anos do cineasta Leon Hirszman

Nesta quarta-feira (22), o cineasta carioca Leon Hirszman completaria 80 anos. Falecido em 15 de setembro de 1987, em decorrência de AIDS contraída em uma transfusão sanguínea, o diretor foi um dos mais expressivos expoentes do Cinema Novo, movimento de renovação do cinema brasileiro encabeçado por amigos como Glauber Rocha, Nelson Pereira dos Santos e Ruy Guerra.   

Então estudante de Engenharia e extremamente politizado, Hirszman foi um dos fundadores do CPC, o Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE). Ao lado dos amigos de CPC Marcos Farias, Miguel Borges, Cacá Diegues e Joaquim Pedro de Andrade, Hirszman estreou no cinema com o curta-metragem Pedreira de São Diogo, um dos cinco episódios do longa Cinco Vezes Favela, lançado em 1962 e considerado um dos marcos da estética do Cinema Novo.

Para celebrar os 80 anos de Hirszman, o Estúdio da Companhia do Latão, sediado em São Paulo, dá início nesta quarta-feira (22) a uma mostra em homenagem ao cineasta. Programada para às 19h, a sessão de abertura, que exibirá o clássico Eles Não Usam Black-Tie (1981), adaptação da peça epônima de Gianfrancesco Guarnieri, também protagonista do filme, será seguida de uma conversa, mediada pelo professor de Cinema Reinaldo Cardenuto, com a jornalista e historiadora Maria Hirszman, filha do cineasta, e do ex-chanceler Celso Amorim, que atuou como assistente de direção em Pedreira de São Diogo e foi continuísta de Os Cafajestes (1962), o clássico de Ruy Guerra.

Outra importante faceta do diretor, a de documentarista, marcada por títulos como Rio, Carnaval da Vida (1978) e ABC da Greve (lançado postumamente em 1990) também integra a seleção de filmes da mostra. Na quinta-feira (23), serão exibidos os curtas metragens Nelson Cavaquinho (1969) e Partido Alto (1982). A projeção dos curtas será seguida de uma roda de samba com o coletivo Sambadera.

A mostra, com curadoria da jornalsita e historiadora cubana Olga Fernández, também integra outros títulos essenciais da filmografia de Hirszman, como A Falecida (1965), seu primeiro longa-metragem, e São Bernardo (1972), respectivamente adaptados das obras de Nelson Rodrigues e Graciliano Ramos. O ciclo de debates também contará com a presença do cineasta Lauro Escorel, do professor de Cinema Ismail Xavier e do jornalista Paulo Henrique Amorim.     

Confira a             

Mostra Leon Hirszman 80 anos

Rua Harmonia, 931 – Vila Madalena.
Ingressos: R$5 (meia) e R$10 (inteira)
A bilheteria abre uma hora antes.

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Veja o trailer de Eles Não Usam Black-Tie