Página B - Brasil

O documentário Vem de Cuba, produzido de maneira independente, foi lançado nesta segunda-feira para livre acesso pela internet. Implantado pelo governo federal em 2013, o programa Mais Médicos foi duramente criticado pelo colégio médico brasileiro, sobretudo por “importar” médicos cubanos para trabalharem no Brasil, devido a falta de profissionais da saúde no interior dos Estados.
Com o anseio de descobrir a realidade do Mais Médicos, André Neves Sampaio e Felipe Rousseaux de Campos Mello, recém-formados em jornalismo, junto com o fotógrafo José Vessoni, entraram em contato com Raúl Hernadez e Marlon Martínez, dois médicos cubanos integrantes do programa na cidade litorânea de São Miguel do Gostoso, Rio Grande do Norte, para retratar o dia a dia destes profissionais com a comunidade local.

Documentaristas acompanharam a rotina dos médicos cubanos (Foto: Divulgação)
Filmado de maneira independente em agosto de 2016 e finalizado em 2017, o projeto contou com apoio da Revista Brasileiros, agora páginaB!, e do documentarista Eugênio Puppo, diretor e produtor do documentário Sem Pena.
O filme tem duração de 42 minutos e retrata os médicos não só em seu ambiente de trabalho, como também em suas respectivas vidas sociais. A equipe, composta por três pessoas, foi responsável pela produção de todo conteúdo, desde roteiro, locações e produção, até a captação de imagens, entrevistas e edição.

As gravações foram realizadas no Rio Grande do Norte (Foto: Divulgação)
Durante os dez dias de filmagem, o objetivo foi mergulhar no cotidiano de São Miguel do Gostoso, acompanhar o funcionamento do programa por meio do trabalho de Marlon e Raúl e poder esclarecer diversas questões.
Como se estabelece uma relação de médicos estrangeiros em comunidades interioranas do Brasil; as principais dificuldades de se implantar a medicina preventiva em uma cidade tão pequena, mas ao mesmo tempo tão influenciada pela religião; as principais conquistas e dificuldades do trabalhado desenvolvido pelos médicos durante os três anos que permaneceram na região.
O projeto ainda se propõe a discutir o “fazer medicina” pela ótica cubana, uma técnica humanitária e comunitária, que busca colocar o médico como um membro da comunidade e, portanto, sempre mais presente.